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Ensino Superior

Cursos Superiores genéricos ou generalistas na Era da Inteligência Artificial?

Cerca de 23% do total de pessoas que já conquistou um diploma de graduação no Brasil se formou em cursos da área de negócios e administração*.

Em 2022, o total dos que concluíram uma graduação na população brasileira chegou ao montante de 25.854.291, sendo que a maioria já tinha mais de 25 anos de idade quando a pesquisa por amostragem foi realizada pelo IBGE.

Destes já graduados, 5.939.414 foram diplomados como administradores, contadores, tecnólogos em gestão, profissionais de marketing e do secretariado. Sendo quase 70% desse montante em cursos de gestão e administração – veja a tabela 1.

Ao verificarmos que os cursos da área de negócios, administração e direito tinham 2,65 milhões de matrículas em 2024, de um total de pouco mais de 9,4 milhões de estudantes de graduação, contatamos que ainda é um dos segmentos mais importantes para o quadro das profissões do país.

Assim como os bacharéis em Direito, que eram 2.467.521 diplomados em 2022, estamos diante de um perfil de profissionais que têm suas atividades com forte potencial de complementaridade pelas ferramentas de Inteligência Artificial Generativa (IAG).

O maior impacto da IAG está nas possíveis mudanças na qualidade dos empregos, principalmente na intensidade e na autonomia do trabalho. De acordo com um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT)**, publicado em 2023, a categoria com maior exposição às tecnologias de inteligência artificial é o trabalho de escritório realizado por pessoas com menor experiência ou nos cargos em nível de gerência média, com quase um quarto das tarefas consideradas de alta exposição e mais da metade das tarefas apresentando um nível médio de exposição.

Em outros grupos ocupacionais alocados em atividades que exigem maior complexidade decisória ou mais intensidade de relacionamento humano para realização de negócios apenas uma pequena parcela das tarefas foi considerada altamente exposta, enquanto cerca de um quarto apresentou níveis médios de exposição.

É verdade que o Brasil deve sofrer menos impacto do que os países ricos, pois a matriz produtiva de nosso país ainda emprega a maioria da população em atividades que são mais difíceis de serem automatizadas.

Porém, cabe um alerta para a necessidade de rever a formação em cursos de graduação e pós-graduação em negócios e administração, o apoio ao desenvolvimento de carreira profissional desde a fase de realização dos estudos e após a colação de grau, assim como a requalificação dos profissionais dessa área, para que o nível de contribuição dos diplomados seja capaz de agregar maior valor do que seria possível alcançar com o uso de uma IAG devidamente alimentada de dados específicos de um setor empresarial específico.

Remédios genéricos podem ser muito eficazes quando produzidos por gente séria. Já para cursos de graduação ou pós-graduação, na era da Inteligência Artificial, é necessário buscar a diferenciação, seguindo as melhores práticas hoje já realizadas por várias Instituições de Ensino Superior (IES), das quais destacam-se:

  • Ter um currículo repensado e constantemente atualizado, em diálogo com as forças produtivas do contexto onde a Instituição de Ensino Superior se relaciona;
  • Prever o trabalho com professores que tenham experiência de mercado – melhor ainda se forem ou tiverem sido empreendedores em alguma fase da vida;
  • Realizar atividades em sala de aula e em outros espaços com aplicação de metodologias ativas em todas as unidades curriculares;
  • A utilização de ferramentas de IAG para o trabalho colaborativo (pessoas + IA), como parte de um novo letramento em inteligência Artificial, necessário para a área de negócios e administração;
  • Pensamento crítico para ajudar a moldar o impacto da IA ​​nas disparidades de adoção, promovendo a inovação, a ética e o foco na aprendizagem.

Ser um profissional generalista é o caminho do desenvolvimento profissional, na era da IA. É o que nos afirma David Epstein, no livro Por que os generalistas vencem em um mundo de especialistas (Rio de janeiro: Editora Globo, 2020).

Essa abordagem foi reforçada semana passada, por Mike Bechtel, futurista chefe da Deloitte, no festival South by Southwest 2025, realizado anualmente em Austin, Trexas, EUA. Veja a matéria a respeito na Revista Fast Company, em sua edição de 12/03/2025.

*Dado disponibilizado pelo IBGE, acesso em 28/02/2025.

** GMYREK, P.; BERG, J.; BESCOND, D. Generative AI and jobs: A global analysis of potential effects on job quantity and quality. Genebra: Organização Internacional do Trabalho, ILO Working Paper 96, 2023.

CertifikEDU 13 de março de 2025
Mundo do Trabalho

A Inteligência Artificial está afetando as interações entre empregadores e candidatos a empregos

O acesso à IA generativa pode mudar profundamente as práticas de contratação para muitas organizações. E buscar candidatos que têm um currículo digital enriquecido, que possa ser lido por algoritmos e vinculado a comprovações, vai economizar tempo e dinheiro.

A busca de currículos de candidatos vai ser ser acelerada, as descrições de cargos vão ser escritas com apoio de automação que tem por base as competências e habilidades realmente necessárias, os preconceitos humanos na seleção podem ser reduzidos e o agendamento de entrevistas se tornar mais dinâmico e personalizado.

A lista de possibilidades é longa. Além disso, à medida que as tecnologias de RH integram a IA generativa, as plataformas de recrutamento e candidatos podem vir com ferramentas de IA generativa integradas.
Essas adições podem ajudar recrutadores e gerentes de contratação a navegar em seus grupos de candidatos de forma mais rápida e fácil.

Talvez haja um botão para “escreva minha descrição de trabalho” ou “compare esses dois currículos”. Independentemente de como a tecnologia é usada, ela impactará as práticas de contratação, retenção de talentos e desenvolvimento de carreiras.

Embora o uso de IA generativa para auxiliar na aquisição de talentos possa economizar tempo e esforço para recrutadores e gerentes de contratação, as organizações que desejam fornecer um processo de primeira linha que ofereça suporte a todos devem manter um ser humano no circuito.

A supervisão humana ajuda a manter conexões pessoais essenciais dentro da experiência do candidato e, quando se trata de seleção e tomada de decisão, recrutadores e gerentes de contratação podem identificar melhor os melhores talentos do que se usassem apenas IA generativa.

A IA generativa não "sabe" que às vezes o melhor candidato para um emprego nem sempre tem o currículo "perfeito". A supervisão humana é importante para garantir que as organizações não gastem tempo e dinheiro valiosos em contratações erradas ou rejeitem acidentalmente seus candidatos devido a experiências impessoais. A supervisão humana também é fundamental para garantir que preconceitos não entrem no processo de contratação, o que pode ser uma preocupação legal, dependendo da localização.

Entre em contato com a CertifikEDU e descubra como economizar tempo e dinheiro no seu processo de seleção, com segurança e tecnologia de ponta.

CertifikEDU Microcertificações com Blockchain e Inteligência Artificial

CertifikEDU 25 de fevereiro de 2025
Parceria

Parceria com a Associação Nacional de Educação Católica - ANEC

É uma honra ter uma parceria estabelecida com a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil – ANEC.

As instituições educacionais associadas à ANEC podem oferecer currículos digitais enriquecidos para seus estudantes, com segurança e validação internacional garantida.

É um jeito novo de valorizar o que as melhores instituições educacionais fazem: eventos escolares e acadêmicos, itinerários formativos, voluntariado, olimpíadas do conhecimento, extensão universitária, itinerários formativos, certificações intermediárias e muito mais do que acontece de positivo no cotidiano escolar ou universitário.

E o melhor é que tudo pode ser organizado conforme as trilhas de aprendizagem mapeadas, com visibilização das competências e habilidades já desenvolvidas e as que ainda podem ser alcançadas.

Saiba mais e seja parte dessa inovação cada vez mais demandada pelo Mundo do Trabalho.

CertifikEDU 21 de fevereiro de 2025
Ensino Superior

Cursos Superiores genéricos ou generalistas na Era da Inteligência Artificial?

Cerca de 23% do total de pessoas que já conquistou um diploma de graduação no Brasil se formou em cursos da área de negócios e administração*.

Em 2022, o total dos que concluíram uma graduação na população brasileira chegou ao montante de 25.854.291, sendo que a maioria já tinha mais de 25 anos de idade quando a pesquisa por amostragem foi realizada pelo IBGE.

Destes já graduados, 5.939.414 foram diplomados como administradores, contadores, tecnólogos em gestão, profissionais de marketing e do secretariado. Sendo quase 70% desse montante em cursos de gestão e administração – veja a tabela 1.

Ao verificarmos que os cursos da área de negócios, administração e direito tinham 2,65 milhões de matrículas em 2024, de um total de pouco mais de 9,4 milhões de estudantes de graduação, contatamos que ainda é um dos segmentos mais importantes para o quadro das profissões do país.

Assim como os bacharéis em Direito, que eram 2.467.521 diplomados em 2022, estamos diante de um perfil de profissionais que têm suas atividades com forte potencial de complementaridade pelas ferramentas de Inteligência Artificial Generativa (IAG).

O maior impacto da IAG está nas possíveis mudanças na qualidade dos empregos, principalmente na intensidade e na autonomia do trabalho. De acordo com um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT)**, publicado em 2023, a categoria com maior exposição às tecnologias de inteligência artificial é o trabalho de escritório realizado por pessoas com menor experiência ou nos cargos em nível de gerência média, com quase um quarto das tarefas consideradas de alta exposição e mais da metade das tarefas apresentando um nível médio de exposição.

Em outros grupos ocupacionais alocados em atividades que exigem maior complexidade decisória ou mais intensidade de relacionamento humano para realização de negócios apenas uma pequena parcela das tarefas foi considerada altamente exposta, enquanto cerca de um quarto apresentou níveis médios de exposição.

É verdade que o Brasil deve sofrer menos impacto do que os países ricos, pois a matriz produtiva de nosso país ainda emprega a maioria da população em atividades que são mais difíceis de serem automatizadas.

Porém, cabe um alerta para a necessidade de rever a formação em cursos de graduação e pós-graduação em negócios e administração, o apoio ao desenvolvimento de carreira profissional desde a fase de realização dos estudos e após a colação de grau, assim como a requalificação dos profissionais dessa área, para que o nível de contribuição dos diplomados seja capaz de agregar maior valor do que seria possível alcançar com o uso de uma IAG devidamente alimentada de dados específicos de um setor empresarial específico.

Remédios genéricos podem ser muito eficazes quando produzidos por gente séria. Já para cursos de graduação ou pós-graduação, na era da Inteligência Artificial, é necessário buscar a diferenciação, seguindo as melhores práticas hoje já realizadas por várias Instituições de Ensino Superior (IES), das quais destacam-se:

  • Ter um currículo repensado e constantemente atualizado, em diálogo com as forças produtivas do contexto onde a Instituição de Ensino Superior se relaciona;
  • Prever o trabalho com professores que tenham experiência de mercado – melhor ainda se forem ou tiverem sido empreendedores em alguma fase da vida;
  • Realizar atividades em sala de aula e em outros espaços com aplicação de metodologias ativas em todas as unidades curriculares;
  • A utilização de ferramentas de IAG para o trabalho colaborativo (pessoas + IA), como parte de um novo letramento em inteligência Artificial, necessário para a área de negócios e administração;
  • Pensamento crítico para ajudar a moldar o impacto da IA ​​nas disparidades de adoção, promovendo a inovação, a ética e o foco na aprendizagem.

Ser um profissional generalista é o caminho do desenvolvimento profissional, na era da IA. É o que nos afirma David Epstein, no livro Por que os generalistas vencem em um mundo de especialistas (Rio de janeiro: Editora Globo, 2020).

Essa abordagem foi reforçada semana passada, por Mike Bechtel, futurista chefe da Deloitte, no festival South by Southwest 2025, realizado anualmente em Austin, Trexas, EUA. Veja a matéria a respeito na Revista Fast Company, em sua edição de 12/03/2025.

*Dado disponibilizado pelo IBGE, acesso em 28/02/2025.

** GMYREK, P.; BERG, J.; BESCOND, D. Generative AI and jobs: A global analysis of potential effects on job quantity and quality. Genebra: Organização Internacional do Trabalho, ILO Working Paper 96, 2023.

CertifikEDU 13 de março de 2025
Mundo do Trabalho

A Inteligência Artificial está afetando as interações entre empregadores e candidatos a empregos

O acesso à IA generativa pode mudar profundamente as práticas de contratação para muitas organizações. E buscar candidatos que têm um currículo digital enriquecido, que possa ser lido por algoritmos e vinculado a comprovações, vai economizar tempo e dinheiro.

A busca de currículos de candidatos vai ser ser acelerada, as descrições de cargos vão ser escritas com apoio de automação que tem por base as competências e habilidades realmente necessárias, os preconceitos humanos na seleção podem ser reduzidos e o agendamento de entrevistas se tornar mais dinâmico e personalizado.

A lista de possibilidades é longa. Além disso, à medida que as tecnologias de RH integram a IA generativa, as plataformas de recrutamento e candidatos podem vir com ferramentas de IA generativa integradas.
Essas adições podem ajudar recrutadores e gerentes de contratação a navegar em seus grupos de candidatos de forma mais rápida e fácil.

Talvez haja um botão para “escreva minha descrição de trabalho” ou “compare esses dois currículos”. Independentemente de como a tecnologia é usada, ela impactará as práticas de contratação, retenção de talentos e desenvolvimento de carreiras.

Embora o uso de IA generativa para auxiliar na aquisição de talentos possa economizar tempo e esforço para recrutadores e gerentes de contratação, as organizações que desejam fornecer um processo de primeira linha que ofereça suporte a todos devem manter um ser humano no circuito.

A supervisão humana ajuda a manter conexões pessoais essenciais dentro da experiência do candidato e, quando se trata de seleção e tomada de decisão, recrutadores e gerentes de contratação podem identificar melhor os melhores talentos do que se usassem apenas IA generativa.

A IA generativa não "sabe" que às vezes o melhor candidato para um emprego nem sempre tem o currículo "perfeito". A supervisão humana é importante para garantir que as organizações não gastem tempo e dinheiro valiosos em contratações erradas ou rejeitem acidentalmente seus candidatos devido a experiências impessoais. A supervisão humana também é fundamental para garantir que preconceitos não entrem no processo de contratação, o que pode ser uma preocupação legal, dependendo da localização.

Entre em contato com a CertifikEDU e descubra como economizar tempo e dinheiro no seu processo de seleção, com segurança e tecnologia de ponta.

CertifikEDU Microcertificações com Blockchain e Inteligência Artificial

CertifikEDU 25 de fevereiro de 2025
Parceria

Parceria com a Associação Nacional de Educação Católica - ANEC

É uma honra ter uma parceria estabelecida com a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil – ANEC.

As instituições educacionais associadas à ANEC podem oferecer currículos digitais enriquecidos para seus estudantes, com segurança e validação internacional garantida.

É um jeito novo de valorizar o que as melhores instituições educacionais fazem: eventos escolares e acadêmicos, itinerários formativos, voluntariado, olimpíadas do conhecimento, extensão universitária, itinerários formativos, certificações intermediárias e muito mais do que acontece de positivo no cotidiano escolar ou universitário.

E o melhor é que tudo pode ser organizado conforme as trilhas de aprendizagem mapeadas, com visibilização das competências e habilidades já desenvolvidas e as que ainda podem ser alcançadas.

Saiba mais e seja parte dessa inovação cada vez mais demandada pelo Mundo do Trabalho.

CertifikEDU 21 de fevereiro de 2025
Mundo do Trabalho

Os currículos e a nova Carteira de Identidade Nacional: o blockchain na validação das experiências profissionais e de aprendizagem

A notícia: Vagas de emprego do Sine podem ser visualizadas na Carteira de Trabalho Digital

"Os serviços da Carteira de Trabalho foram atualizados e ampliados, a partir de agora os trabalhadores poderão consultar também as vagas de emprego disponíveis nas agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine). Essa nova funcionalidade substituiu o antigo aplicativo do Sine Fácil. Com a atualização do app da CTPS, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) centraliza e disponibiliza seus serviços em um só lugar, além de agilizar a intermediação de mão de obra."*

Em breve, também os dados pessoais relacionados à Saúde e Educação também poderão estar acessíveis e vinculados à Carteira de Identidade Nacional (CIN), que tem uma versão em blockchain, o que dará mais segurança e agilidade a empregadores e instituições educacionais.

Mais de 17 milhões de brasileiros já possuíam a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), em dezembro de 2024, de acordo com o balanço divulgado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Uma dos principais objetivos com o novo tipo de CIN é sua integração com o portal digital do governo, GOV.BR, permitindo acessos mais rápidos e seguros a serviços públicos. Este sistema reduz a burocracia e melhora a efetividade das transações governamentais.

O Decreto Nº 10.977, de 23 de fevereiro de 2022 estabeleceu que, a partir de 6 de novembro de 2023, todos os órgãos expedidores ficaram obrigados a adotar os padrões novos da Carteira de Identidade (CIN).

O uso da tecnologia blockchain é mais uma evolução importante do projeto da CIN, pois desempenha um papel fundamental na proteção dos dados pessoais e na prevenção de fraudes, proporcionando uma experiência digital mais segura para os cidadãos brasileiros.

Entre as inovações incorporadas pela CIN está a existência de um QR Code que possibilita uma verificação da autenticidade daquele documento de uma forma fácil e confiável. É sair de um processo de identificação analógica para uma verificação digital.

A nova carteira também traz a possibilidade de inclusão de outros números de documento na versão digital. Será possível a inclusão dos dados referentes à Carteira de Motorista, Número de Identificação Social-NIS, entre outros.

Os dados relacionados à Saúde e Educação também devem estar acessíveis e vinculados a essa nova forma de identificação, o que dará mais segurança e agilidade a empregadores e instituições educacionais.

É muito importante estar com um currículo digitalmente enriquecido para ter maiores condições de concorrer às vagas de trabalho mais bem remuneradas e que fazem parte dos empregos formais. Fale conosco a respeito!

* Fonte: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/noticias-e-conteudo/2025/janeiro/vagas-de-emprego-do-sine-podem-ser-visualizadas-na-carteira-de-trabalho-digital

CertifikEDU 23 de janeiro de 2025
Mundo do Trabalho

Reimaginar a gestão das pessoas valorizando as competências

Por muitas décadas, as rotinas de trabalho nas grandes corporações se apoiaram no conceito de cargos.

Era o nome do posto que definia as tarefas de cada colaborador individualmente e, num sentido mais amplo, delineava a estrutura e a hierarquia de uma organização.

Essa visão, no entanto, vem se mostrando pouco efetiva no atual mundo sem fronteiras. Entra em cena então uma abordagem baseada em competências.

Segundo a pesquisa Tendências Globais de Capital Humano 2023, da Deloitte, deixar de focar em cargos é muito importante para o sucesso da organização.

O levantamento aponta para tendências de profundas transformações pelas quais passa a gestão da força de trabalho, incluindo os impactos da tecnologia no desenvolvimento das equipes, o futuro do local de trabalho, o poder de influência dos empregados no rumo das decisões corporativas – e, em especial, a possível extinção dos cargos no futuro.

Entre os participantes, 93% declaram que deixar de focar em cargos é importante ou muito importante para o sucesso da organização. Apenas 19% dos executivos e 23% dos trabalhadores consideram que o trabalho é mais bem estruturado por meio de empregos nos moldes tradicionais. Ao mesmo tempo, apenas 20% acreditam que as organizações onde atuam está pronta para enfrentar o desafio.

Entre todas as tendências identificadas no estudo, realizado com mais de 10 mil profissionais de 105 países (sendo 234 respondentes do Brasil), essa é a que aponta a maior lacuna de prontidão.

Novos fundamentos

O cenário retratado pela pesquisa é marcado por profundas transformações nas regras que se aplicam ao trabalho e estão relacionadas a novas formas como as empresas operam. A maioria dos executivos de alto escalão e membros de conselhos concordam que é preciso definir novos fundamentos para o mundo corporativo e 87% entendem que encontrar o melhor modelo para os colaboradores desenvolverem suas atividades é crucial para o sucesso da organização – mas apenas 24% entendem que as corporações onde atuam estão preparadas para lidar com este desafio.

Entre os entrevistados, 59% pretendem priorizar o redesenho dos modelos de operacionalização da força de trabalho. E mais da metade (53%) considera que podem se beneficiar da tecnologia – mais especificamente do uso da inteligência artificial (IA) – para coletar dados sobre as habilidades dos profissionais. No entanto, somente 22% consideram que a empresa onde atuam está preparada para utilizar novas ferramentas para aperfeiçoar melhorar o desempenho.

Por outro lado, os entrevistados apontam que colocar em prática mudanças tão profundas representa um desafio. Em primeiro lugar, porque o modelo antigo de trabalho deixou práticas arraigadas. Além disso, metade dos participantes aponta que os líderes de suas organizações têm dificuldades para identificar o que priorizar, porque estão sobrecarregados pelo número, pela velocidade e pela frequência das mudanças em curso.

Mundo sem fronteiras

Além de reimaginar o ambiente corporativo, instaurando estruturas que não se apoiem mais em cargos, é fundamental reimaginar também o local de trabalho. Os entrevistados apontam que o maior envolvimento com a atividade profissional e o bem-estar do trabalhador estão entre os benefícios mais significativos de uma futura abordagem de local de trabalho.

Em resumo, no novo mundo sem fronteiras, o trabalho não é mais definido por empregos, o local de trabalho não é um lugar específico, muitos dos empregados mais importantes não são funcionários tradicionais e a liderança não é determinada pelo organograma.

Veja a íntegra da pesquisa da Delloite nesse link.

CertifikEDU 15 de janeiro de 2025
Mundo do Trabalho

O currículo digital enriquecido na Revista Forbes

A Revista Forbes publicou uma matéria, dia 02 de janeiro de 2025, na qual destaca as microcertificações como uma das estratégias necessárias a serem adotadas pelas instituições educacionais, diante do cenário do Mundo do Trabalho que utiliza a Inteligência Artificial (IA) em processos de seleção, desenvolvimento e retenção de pessoas.

Destacamos alguns trechos a seguir.

O aumento dos custos de ensino e o aumento da dívida estudantil, juntamente com as preocupações sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) ​​na força de trabalho e a necessidade de profissões qualificadas estão levando os alunos e suas famílias a reconsiderar a rota tradicional de um diploma de quatro anos.

A educação em IA e as credenciais digitais estão criando caminhos alternativos para o aprendizado e validação do conhecimento. As empresas de educação estão se posicionando para aproveitar esses novos desenvolvimentos.

Cursos de curta duração, microcertificações e programas de certificação direcionados fornecem uma alternativa prática ou um complemento ao caminho de quatro anos. Para muitos, esses caminhos mais rápidos e alinhados à indústria são mais atraentes do que uma rota acadêmica tradicional.

Longe de se tornarem irrelevantes, as instituições educacionais têm uma oportunidade fundamental de se reinventar, alinhando-se mais de perto com as necessidades da força de trabalho e apoiando os alunos ao longo de suas carreiras.

Como as instituições educacionais podem alinhar melhor suas ofertas com as necessidades de indústrias interrompidas pela automação e IA? Quais medidas podem ser tomadas para projetar programas flexíveis e de alto impacto que não apenas atendam às demandas de mão de obra local, mas também forneçam aos profissionais a fluência digital necessária para prosperar em uma economia impulsionada pela tecnologia? Ao focar nessas considerações, as escolas e universidades têm a oportunidade de se posicionar como parceiras essenciais na formação da força de trabalho do futuro.

Do ponto de vista da sustentabilidade, as universidades que expandem seus serviços além dos tradicionais quatro anos de graduação mais um ou dois anos de pós-graduação podem ampliar seu mercado. Ao oferecer aprendizado ao longo da vida — seja para desenvolvimento profissional ou programas de para reinvenção de carreira — as instituições podem permanecer centrais para o desenvolvimento da força de trabalho em todos os estágios da vida profissional de uma pessoa.

À medida que o foco muda de programas de graduação formais para combinações de cursos e experiências, ferramentas serão necessárias para gerenciar o aprendizado à medida que os indivíduos progridem em suas jornadas educacionais e avançam em suas carreiras.

É provável que vejamos tecnologias como a IA capacitando os alunos a assumir o controle de suas jornadas educacionais. Essas jornadas de aprendizagem apoiadas por IA incluirão uma compreensão mais profunda de onde os alunos querem ir, ao mesmo tempo em que fornecem recomendações para chegar lá. A IA poderá ajudar os alunos a construir um plano e aconselhá-los sobre como desenvolver o conhecimento e as habilidades de que precisarão. Podemos dar um passo adiante, conectando-nos ao mercado de trabalho e informando os alunos sobre os caminhos que levam a oportunidades de carreira bem remuneradas e em demanda. A IA fornecerá microaprendizagem aos poucos aos trabalhadores, garantindo que eles fiquem à frente das tecnologias emergentes e das mudanças nas habilidades de que precisam para ter sucesso.

Para que essas transformações tenham sucesso, os alunos devem ter uma maneira de se comunicar claramente com futuros empregadores sobre o que aprenderam e as habilidades específicas que adquiriram. Os sistemas de IA podem facilitar a interoperabilidade de registros, mas para que esses atinjam seu potencial máximo, as ferramentas apropriadas devem trabalhar com os dados certos de forma portátil e verificável.

A CertifikEDU desenvolveu um ecossistema em que o currículo digital enriquecido conta com a segurança protegida por blockchain para fornecer aos alunos e profissionais registros digitais que eles podem compartilhar com possíveis empregadores. Os empregadores, por sua vez, podem verificar a autenticidade desses certificados e entender melhor as realizações únicas de um aluno.

Link para a matéria da Revista Forbes.

CertifikEDU 10 de janeiro de 2025
presença digital

As comprovações das competências no Relatório sobre o Futuro do Trabalho 2025

Cresce a importância de os trabalhadores poderem comprovar suas competências e habilidades por meio de outras aprendizagens e práticas devidamente registradas em um currículo digitalmente enriquecido, indo além dos diplomas da educação formal, tais como Ensino Médio, graduação ou pós-graduação.

Os diplomas continuam a ser importantes, mas para se diferenciar num mercado em acelerada e profunda mutação é preciso ir além, especialmente para demonstrar experiências práticas – inclusive voluntariado -, e as competências socioemocionais.

O estudo do “Futuro do Trabalho”, publicado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), analisa as macrotendências que impactam os empregos, as competências / habilidades necessárias e as estratégias que podem ser implementadas pelos empregadores em resposta a essas mudanças.

O estudo é realizado a cada dois anos e está em sua 5ª edição. Foram entrevistados mais de 1.000 empregadores em 55 países na busca por identificar as tendências mais significativas no mundo do trabalho, para o período de 2025 a 2030.

Destaca-se que os processos de seleção das pessoas têm passado por mudanças importantes, sendo que conduzir contratações baseadas em competências / habilidades é uma abordagem cada vez mais reconhecida para expandir a disponibilidade de talentos.

Conforme mostrado no gráfico a seguir, a experiência de trabalho continua sendo o mecanismo de avaliação mais comum em processos de contratação, com 81% das empresas esperando continuar a contar com ela no período de 2025-2030. Isso é consistente com edições anteriores do relatório, destacando o valor que os empregadores atribuem ao aprendizado prático no trabalho e às realizações.

Apenas 4% das empresas relatam que não avaliam as competências / habilidades de possíveis funcionários, destacando que essa avaliação é quase universal em todos os setores.

O segundo método mais comum de avaliação são as avaliações de competências / habilidades, que devem ser utilizadas por 48% dos empregadores, destacando uma ênfase crescente em testar diretamente as competências dos candidatos em vez de confiar apenas em seus currículos.

Além disso, os testes psicométricos estão planejados para serem usados ​​por 34% das empresas, refletindo um foco maior em avaliar os traços comportamentais, habilidades cognitivas e adequação cultural dos candidatos.

O requisito de um diploma universitário aparece em terceiro lugar nas abordagens dos empregadores para avaliação de habilidades, com 43% dos entrevistados esperando continuar a usar esses documentos como requisito até 2030.

A comparação com a edição anterior deste relatório mostra que os empregadores estão se concentrando cada vez mais em experiência de trabalho e testes psicométricos em vez de credenciais tradicionais como diplomas universitários.

Essa mudança sinaliza um reconhecimento crescente de que competências práticas e habilidades cognitivas podem ser mais indicativas de desempenho futuro no trabalho do que qualificações educacionais formais, além de expandir a inclusão produtiva.

Além disso, os diversos requisitos dos empregos de maior crescimento destacam o papel crítico das ocupações que geralmente são acessíveis por meio de treinamento profissional, estágios, experiência no trabalho, cursos técnicos ou tecnólogos.

No entanto, o uso esperado de estágios, cursos de curta duração e certificados online na avaliação de habilidades veio com um ligeiro declínio desde a edição de 2023 do relatório: 17% dos empregadores antecipam priorizar estágios, enquanto 14% planejam considerar certificados on-line em suas decisões de contratação.

Essas descobertas destacam o potencial das abordagens que priorizam a visibilização das competências na identificação e atração de talentos, de forma complementar aos diplomas tradicionais.

Estabeleça sua estratégia para apoiar estudantes e colaboradores na elaboração de um currículo digital enriquecido, que seja capaz de ampliar as oportunidades de trabalho.

Link para o relatório (em inglês)

CertifikEDU 9 de janeiro de 2025
Mundo do Trabalho

O belo, o bom e o básico no Ensino Superior brasileiro: o currículo digital enriquecido

Muitas lideranças à frente de Instituições de Ensino Superior (IES) estão com dúvidas sobre o que fazer para enfrentar o cenário, que foi profundamente alterado nos últimos anos e, ao que tudo indica, terá sua transformação acelerada daqui para frente.

Alguns já desistiram. De 2018 a agosto de 2023, houve o descredenciamento voluntário de 245 Instituições de Ensino Superior (IES) e outros 79 processos desse tipo estavam em andamento junto ao MEC.

Ao mesmo tempo, 700 novos pedidos de credenciamento institucional foram protocolados junto ao MEC, sendo 478 destes focados em Educação a Distância. Esses dados eu obtive junto ao Ministério da Educação, após uma consulta com base na Lei da Transparência.

A julgar pelas notícias das novas IES que já conseguiram se credenciar, há um novo modelo nascente, com pouco ou nenhum capital imobilizado em imóveis, modelos pedagógicos inovadores e atuação em nichos, tais como negócios, tecnologia, agro ou economia criativa, por exemplo.

O BÁSICO

Para quem quiser permanecer no segmento é urgente alcançar a máxima eficiência nas atividades-meio, com intensificação de uso da tecnologia para melhorar a experiência dos estudantes, suas famílias, as empresas e a comunidade que se relacionam com a IES.

Finanças, contabilidade, gestão de espaços físicos, compras, marketing, captação e financiamento dos alunos são exemplos de processos e áreas que passaram por uma ampla profissionalização, especialmente após a ascensão dos grandes grupos consolidadores.

Claro que a sustentabilidade econômico-financeira é a base para tanto, por isso trata-se de uma busca permanente adequar-se aos melhores indicadores de gestão.

O BOM

Diante do acirramento do cenário competitivo, as Instituições de Ensino Superior (IES) que buscam se diferenciar e serem percebidas por melhor qualidade precisarão estabelecer fortes vínculos com a comunidade na qual se inserem, especialmente com o desenvolvimento de arquiteturas curriculares que permitam maior diálogo com o mundo do trabalho.

Realizar a extensão universitária e a pesquisa aplicada intrinsecamente relacionadas ao ensino, numa trajetória marcada por certificações intermediárias e microcertificações que ressaltem as competências desenvolvidas ao longo do curso, com foco primordial no desenvolvimento regional.

As mudanças no mundo do trabalho pedem que os discentes sejam apoiados já durante os estudos para ampliar o sucesso da sua inserção profissional, para que atuem na mesma área de sua formação, tenham uma renda mais alta do que as pessoas que concluíram apenas o Ensino Médio e a capacidade de aprender sempre para manter a sua trabalhabilidade, um conceito que é mais amplo do que a empregabilidade.

As carteiras digitais de competências, parte do movimento dos Learning Employment Records – LER, tornam-se algo a ser individualizado, pois armazenam e compartilham comprovações de experiências, estudos e trabalhos com segurança e interoperabilidade, para que a gestão algorítmica valorize os egressos ao longo da vida.

As IES que quiserem ter perenidade precisarão colaborar com a maior sofisticação da matriz produtiva dos locais onde estão para gerar mais oportunidades de trabalho, especialmente de caráter empreendedor, o que vai ajudar que seus diplomas sejam também mais valorizados pela sociedade.

Todas as IES precisam ter a sua própria estratégia para a EAD e o Ensino Híbrido, mesmo que seja para assumir um posicionamento fortemente calcado no presencial. Caso seja essa a opção, é preciso ressignificar os encontros síncronos no mesmo local, para que sejam mobilizados pelas metodologias ativas.

O melhor é estabelecer um modelo próprio de EAD, ainda que como estratégia para blindar a sua região de influência aproveitando a força da marca e a presença de um campus bem estruturado. Ao ponto do estudante ser beneficiado com tudo de melhor que uma Instituição oferece no presencial, seja qual for a modalidade que escolha.

O BELO

As plataformas de inteligência artificial (IA) geradoras de imagens, textos, áudios, vídeos, avaliações de aprendizagem e capazes de criar agentes conversacionais que interagem com as pessoas são um fenômeno de crescente adoção nas Instituições de Ensino Superior (IES).

Torna-se cada vez mais fácil, econômico e rápido criar, remixar ou atualizar recursos didáticos digitais com a utilização de IA, com pouca ou nenhuma intervenção humana. As empresas que trabalham com a oferta de conteúdos e os docentes enfrentarão desafios diante dessa realidade, a exemplo do que já está acontecendo com os roteiristas e atores do audiovisual, jornalistas e empresas de mídia, agências de propaganda e marketing, arquitetos, engenheiros, advogados, dentre outros setores que têm a informação como sua matéria-prima principal.

Os tutores virtuais habilitados por IA se tornarão cada vez mais presentes na vida dos estudantes e de qualquer um interessado em aprender, seja algo oferecido pelas IES ou mesmo um assistente pessoal a fazer parte do cotidiano, Inteligência Artificial embarcada nos carros, aparelhos celulares, na televisão e até em outros eletrodomésticos.

A tradução simultânea e a sincronização labial permitirão que a internacionalização seja uma possibilidade ao alcance de quaisquer IES, independentemente do porte ou localização. Professores e pesquisadores de outros países poderão interagir com estudantes no Brasil de forma síncrona ou assíncrona, com a mesma familiaridade que as videochamadas e a troca de mensagens instantâneas são praticadas hoje por ampla parcela da população. As fronteiras físicas se dissolvem e será comum concorrer com universidades mundialmente renomadas, com o fim da barreira da linguagem.

Assista o vídeo que explica o que são os registros digitais de aprendizagem e trabalho, que formam o currículo digital enriquecido.

Luciano Sathler8 de janeiro de 2025